Estabilizadores – Há quem imagine que usando um estabilizador de voltagem seu computador fica completamente protegido contra todos os problemas que podem ser ocasionados pela rede elétrica. Mas isso está bem longe de ser verdade e vai depender muito do circuito nele utilizado. Há estabilizadores que tem em sua entrada um transformador com dois enrolamentos e outros com um só, provido de tomadas. Os primeiros deixam seu computador isolado da rede elétricos, os segundos, não. Também há 3 métodos de se estabilizar a voltagem, cada qual com suas características, vantagens e desvantagens. Veja a tabela(1) abaixo – cuja finalidade é apenas dar-lhe uma idéia das diferenças.
Note que as especificações da tabela tratam tão somente do item “estabilização”. Não fala de filtro contra interferências ou proteção contra raios. Há estabilizadores que possuem também esses itens, mas apenas os modelos ditos “profissionais”, projetados para uso por empresas, com preço muito acima do cobrado pelos estabilizadores comumente usados para computadores. Resumo: Usar um estabilizador só será válido quando houver problemas com variações excessivas de voltagem ou pulsos bruscos, e o problema não puder ser resolvido de imediato. E ainda assim, observando suas especificações e adquirindo um que seja realmente de boa qualidade.
Filtros de linha – Não são caros, e tem realmente uma utilidade. Tanto impedem que eventuais interferências cheguem a seu computador, como evitam que a interferência gerada pelo computador se espalhe pela rede elétrica. Não sabia que seu PC produz interferências? Experimente ligar um rádio sintonizado nas Ondas Médias quando seu computador estiver ligado e vá percorrendo toda essa faixa.
No-Breaks – Teoricamente é um aparelho que contém uma bateria, um conversor = que transforma a corrente contínua da bateria em corrente alternada, com a tensão idêntica à da rede elétrica – e um circuito que automaticamente passa a alimentar o computador com esse conversor sempre que o fornecimento de energia elétrica é interrompido. Indispensável nos casos em que é necessário que o funcionamento do computador não seja interrompido e muito útil em certos casos, como por exemplo quando se faz a atualização da BIOS, em que a falta de energia irá danificar definitivamente sua placa-mãe.
A grande maioria dos NoBreaks além de resolverem o problema de falta de energia, também funcionam como estabilizadores. E, embora não seja obrigatório, por ser um equipamento usado normalmente por empresas, possuem um filtro de linha e até um circuito de proteção contra raios. Ao adquirir um, além – repito – de escolher um de reconhecida qualidade, sempre verifique suas especificações para saber o que ele oferece em matéria de proteção.A proteção contra os efeitos dos raios – Existem circuitos de proteção contra os surtos de alta voltagem produzidos pela queda de raios, que são constituídos de um semicondutor altamente sensível a excessos de voltagem e de ação extremamente rápida. São colocados após um fusível e, ao receberem a sobrecarga entram imediatamente em curto, provocando a queima do fusível e evitando dessa forma qualquer dano ao aparelho que esteja protegendo. Há a venda inclusive filtros de linha dotados dessa proteção. O cuidado, como sempre, é comprar produto de marca conhecida, pois alguns, prometem proteção, mas na verdade em lugar desse semicondutor especial, possuem apenas um capacitor que nada conseguira fazer no caso dos efeitos do raio.
Além disso, é altamente recomendável que seja providenciado um bom aterramento para sua instalação elétrica. O mais prático e enterrar no solo um cano de cobre com cerca de 3 ou 4 metros de comprimento, ligando à extremidade que fica acima do solo, com uma abraçadeira, um fio bem grosso (número 10 ou 12). Instale – pelo menos para ligar seu computador – uma daquelas tomadas para 3 pinos, Use, é claro, um cabo de força com plugue com 3 pinos no seu PC, e cuide de ligar o fio referente ao terra, na carcaça do gabinete do computador.
Se não tiver conhecimentos sobre o assunto, não deixe de pedir ajuda a um eletricista de confiança.
Importante: - Se o computador tiver de ficar ligado o tempo todo, a proteção contra raios é absolutamente indispensável. Caso contrário, você pode fazer como eu: ao mínimo sinal da aproximação de uma tempestade, simplesmente desligo o computador da tomada!. Nunca esqueça porém, que os efeitos do raio podem chegar via linha telefônica. Assim, inclua um sistema de proteção no ramal da linha que é ligado ao computador. Ou… desligue seu modem da linha telefônica durante as tempestades.
Eletricidade estática – Você já ouviu falar de pessoas que ao descerem de um automóvel, ao pisar no solo, levam um pequeno choque? Pois é, isso acontece. O motivo é que a fricção de certos materiais produz uma tensão elétrica, Como ela estava no carro, com o corpo isolado da terra pelos pneus de borracha, essa eletricidade ficou acumulada em seu corpo e foi descarregada quando seus pés tocaram o solo. É a chamada “eletricidade estática”. O problema é que isso não ocorre apenas quando se está num automóvel. Dependendo do material de que são feitas as roupas que usa, seu corpo também fica carregado de eletricidade estática. A voltagem é baixa. Normalmente você nem chega a perceber quando ela e descarregada. Se você é apenas um simples usuário de computador, não tem motivo para se preocupar com esse tipo de eletricidade. Mas se é daqueles que gostam de “fuçar” no PC, todo cuidado é pouco. Colocar seus dedos nos filetes de cobre de um pente de memória, ou nos que vão ligados ao processador, pode danifica-los definitivamente. O perigo é tão real, que existe à venda luvas antiestática, cujo uso é recomendado para os que vivem mexendo no interior de computadores. Uma prevenção básica é tocar com suas mãos em algo metálico que esteja ligado a terra para descarregar a eletricidade estática, antes de começar a mexer no computador. Se tiver tudo aterrado, como sugeri, bastará colocar suas mãos na carcaça do gabinete do computador.
(1) Tabela originalmente publicada na revista Antenna-Eletrônica Popular, número 1- Ref. 1205/2007, em artigo de autoria do Eng° Antonio Figueira - Reprodução autorizada.
Confira a primeira parte do artigo “A Rede Elétrica e o Computador“
Transformador, um Mal Necessário
Elétrica
Jorge Knirsch
Introdução
É muito grande o volume do que se tem escrito a respeito de transformadores, em muitas revistas especializadas e principalmente em grupos de discussão de áudio/vídeo pela Internet. Porém há muita confusão nestas discussões, pois muitas vezes vários aspectos técnicos não são levados em conta. Neste artigo, vamos esmiuçar, com maior detalhamento técnico, as diferenças entre os transformadores existentes e verificar quais são os mais adequados para os nossos sistemas de áudio e vídeo.
Este artigo trata das mazelas que o transformador causa em sistemas de áudio e vídeo quando não corretamente projetado e construído.
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O Transformador
Como vimos em várias situações e comentários anteriores, para adequarmos a tensão da rede a um aparelho qualquer que queremos utilizar, muitas vezes se torna necessário o uso de um transformador. Mas para podermos fazer a escolha correta do tipo de transformador que deveremos empregar em cada tipo de aplicação, precisaremos nos aprofundar um pouco mais no conceito do que vem a ser um transformador. De fato, o transformador sempre será visto como um mal necessário, porém a nossa pergunta é: dentre todos os existentes, qual o que nos trará menor prejuízo sonoro?
Existem quatro aspectos básicos que deveremos considerar em um transformador, a saber:
- tensão de entrada e tensão de saída,
- tipo de enrolamento,
- potência e
- forma do núcleo do transformador.
Quanto à tensão de entrada e à tensão de saída, o transformador pode ser:
- abaixador de tensão ou
- elevador de tensão.
O transformador será abaixador de tensão quando a tensão de entrada for maior que a tensão de saída, e será elevador de tensão quando a situação for inversa. Voltando a recordar: o importante aqui é que a tensão de entrada seja utilizada sempre entre a fase e o neutro.
Quanto ao tipo de enrolamento, vamos analisar aqui apenas os transformadores monofásicos, porque são os únicos adequados para o áudio e vídeo. Estes transformadores nada mais são do que circuitos eletromagnéticos constituídos de um núcleo de chapas especiais de aço-silício com grãos orientados e mais um ou dois enrolamentos. Quando o transformador tiver dois enrolamentos, vai receber o nome de transformador isolador. Veja a Fig. 1, que lhe dará uma idéia de como ele é:
Fig 1. Esquema de um Transformador Isolador.
Este transformador se chama isolador porque separa galvanicamente a tensão de entrada da tensão de saída, através de dois enrolamentos totalmente separados, colocados em volta de um núcleo magnético que realiza a transferência de energia. O enrolamento da tensão de entrada é chamado de primário e o da tensão de saída, secundário.
O transformador que só apresenta um enrolamento é chamado de autotransformador e você poderá ver o seu esquema na Fig 2:
Fig 2. Esquema de um Autotransformador.
Os dois transformadores mostrados nos esquemas são abaixadores. Os dois traços paralelos, em ambos os esquemas, representam o núcleo magnético de cada transformador.
Veja que, no autotransformador, só existe o enrolamento da tensão maior (de entrada ou de saída), e a tensão menor é obtida através de uma derivação do mesmo enrolamento. É relevante notar que no autotransformador a entrada e a saída possuem um terminal em comum.
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